quinta-feira, 20 de março de 2008

Cartas de jogar

Tem cuidado, meu amor...
Os sentimentos crescem, crescem sempre, mas se não cuidas deles, eles apagam-se.
E tem cuidado, meu amor...
Eu não estou aqui para a eternidade. Deixei esse hábito no passado. Deixei a ingenuidade no passado. Deixe esse eu numa era de flores e cores alegres.... hoje os tempos são outros.
Lida com o presente... e lida com o presente de olhos bem abertos... porque os meus não se fecham... e eu sou mulher. O meu sexto sentido não me engana, nem que tu tivesses mais de mil tecnicas de disfarce. (Re)Conheço esse cheiro. O cheiro de uma história que não é minha.
Não te esqueças desse cheiro que tens. Hoje... hoje não é o meu.
Se queres... Se queres fica perto, aprende a ficar perto e não me deixares sozinha no caminho...

Aviso-te que não revivo esta história... Um passo teu em falso e a caminhada acaba. Não te esqueças.
Já sabes do pacto. Já sabes do meu sentimento. Dei-te as cartas todas. Agora faz tu o jogo. E ve se não (me) perdes ...

Dez lamurias por gole - Ornatos Violeta


Isto é só um copo eu não bebi demais
Achei que era diferente e são todas iguais
Escrevi canções sobre ela mil noites sem fim
Deixou-me neste bar a cantá-las pra mim
Doce uuu uuuuuu uuuuu
Eu bebo da garrafa tomo o gin de manhã
Se o Príncipe era um sapo ela devia ser rã
Eu amo quem eu sei que não me vai amar
Mas só assim me dá vontade de cantar
Doce uuu uuuuuu uuuuu

A dor existe e não dá pra esquecer
O peito insiste e não a deixa morrer
E eu não vou deixar-me beber como gin
E para estar sóbrio não basta só pensar em mim
Oh não

Deus não era isto que eu queria ser
O que me deixa mal o que me faz viver
Sinto a roupa fria e o corpo dorido
Sinto o cheiro a vinho mesmo sem ter bebido
Nada
Uuu uuuuuu uuuuu

Isto é só um copo a boca já me arde
Um homem varre o chão e diz que já é tarde
Senhor só bonne voyage é hora de fechar
E a Lua é mulher que hoje vou abraçar
Doce uuu uuuuuu uuuuu

A dor existe e não dá pra esquecer
O peito insiste e não a deixa morrer
E eu não vou deixar-me beber como gin
E para estar sóbrio não basta só pensar em mim

E eu não vou deixar-me beber como gin

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Audioslave - Doesn't Remind me

I walk the streets of Japan till I get lost
Cause it doesn’t remind me of anything
With a graveyard tan carrying a cross
Cause it doesn’t remind me of anything
I like studying faces in a parking lot
Cause it doesn’t remind me of anything
I like driving backwards in the fog
Cause it doesn’t remind me of anything

The things that I’ve loved the things that I’ve lost
The things I’ve held sacred that I’ve dropped
I won’t lie no more you can bet
I don’t want to learn what I’ll need to forget

I like gypsy moths and radio talk
Cause it doesn’t remind me of anything
I like gospel music and canned applause
Cause it doesn’t remind me of anything
I like colorful clothing in the sun
Cause it doesn’t remind me of anything
I like hammering nails and speaking in tongues
Cause it doesn’t remind me of anything

The things that I’ve loved the things that I’ve lost
The things I’ve held sacred that I’ve dropped
I won’t lie no more you can bet
I don’t want to learn what I’ll need...

Bend and shape me
I love the way you are
Slow and sweetly
Like never before
Calm and sleeping
We won’t stir up the past
So descretely
We won’t look back

The things that I’ve loved the things that I’ve lost
The things I’ve held sacred that I’ve dropped
I won’t lie no more you can bet
I don’t want to learn what I’ll need...

I like throwing my voice and breaking guitars
Cause it doesn’t remind me of anything
I like playing in the sand what’s mine is ours
If it doesn’t remind me of anything

Para ti Black, que eu sei que tu gostas.
Volta rápido!=)

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Silêncio

Resignámo-nos ao silêncio.
É tão mais fácil... cada um sentado na sua ponta do sofá imaginário que criámos para nunca sairmos muito do campo de visão de cada um.
Sabemo-nos sem nos sabermos realmente, é o nosso lema.
É bem mais fácil. Não preciso de saber se estás feliz. A minha felicidade também nunca será algo que esteja nas tuas preocupações diárias. No entanto, sabemos que estamos vivos.
Se pensas, no que pensas... não sei. Nem sequer imagino... não quero imaginar. Não imaginas, de igual forma, todos os pensamentos que estão em mim, todas as frases que escrevo mentalmente nas paredes do meu crânio... Deixou de interessar o mais intrínseco de nós, aquilo que somos para além de corpos largados no sofá que imaginamos todos os dias.
Às vezes pergunto-me se serei alguma coisa para além deste corpo. Não, não sou. A apatia inerente a todo este cenário não permite mais do que corpos gélidos e pensamentos fechados nesses mesmos corpos. Nada ganha dimensões mais fortes e sentidas.
Não vale a pena. Nunca valeu. Nunca valerá.
Ficam os corpos no sofá. Os pensamentos na cabeça.
Fica a apatia na sala.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Alone- Alice in Chains(feat Pearl Jam)

It's been a long day at the bottom of the hill,
she died of a broken heart.
She told me i was living in the past,
drinking from a broken glass.

[Chorus]
I'm alone (I never wanna be alone),
now i (now i) turn to face the cold.
I'm alone (I never wanna be alone),
now i (now i) turn to travel home.

I walked down to the other end of the day,
just to catch those last few waves.
I held out my hand and slowly waved goodbye,
i turned now my eyes up to the sky.

[Chorus]
I'm alone (I never wanna be alone),
now i (now i) turn to face the cold.
I'm alone (I never wanna be alone),
now i (now i) turn to travel home.

She'll come back to me (She'll come back to me).
She'll come back to me (She'll come back to me).
All alone in this misery.
She'll come back to me.

I held out my hands into the light and i watched it die,
i know that i was part to play.
My god, my time to die.
Never want to spend my life alone

[Chorus]
I'm alone (I never wanna be alone),
now i (now i) turn to face the cold.
I'm alone (I never wanna be alone),
now i (now i) turn to travel home.




Ou então ela não volta...

sábado, 20 de outubro de 2007

Não sei onde procurar


Caro amor, estou perdido.

Não sei onde me encontro, não sei onde procurar.
Pouco me lembro de ti sabes?
Guardo uma imagem vã e fraca daquilo que é suposto encontrar.
Mas não sei...
Perdi-te...
Estou perdido neste mundo..
Perdido da musica, das coisas...
Tenho falta de saber o que é o sorriso entre dois.

sábado, 6 de outubro de 2007

Cartas.

É engraçado pensar nas cartas antigas.
E talvez seja ainda mais engraçado guarda-las e lê-las mais tarde, ou talvez seja triste…
Depende das cartas, depende de para quem as escrevemos…depende sempre de algo, só ainda não sei se depende mais de nós ou de tudo o resto.
As reflexões baratas ficarão para mais tarde, quando o vinho começar a aquecer os corpos. Ficam para ocupar o espaço que um dia fora preenchido por alguém, que nos aquecia o corpo em vez do vinho…para os tempos em que não eram precisas cartas para ocupar os tempos que antes não acabavam nunca, até que acabaram de vez.
Encho mais um copo com o néctar…acho que este me aquece mais do que qualquer corpo.
Ocupei o meu tempo com cartas e mais cartas e copos e mais copos, garrafas vazias…Entrei em decadência profunda. Quem dera que a cena tivesse um ar mais poético, com rosas e cheiros perfumados, mas é só mesmo o meu corpo recostado na cadeira, com o copo meio vazio na mão e a ponta do cigarro quase a queimar-me os dedos. Cheiro a tabaco e a vinho, numa sala com requintes ingleses, até podia ter o seu charme.
Desisto, a cabeça pesa demais! Ainda gostava de saber como é que o álcool consegue pesar na cabeça. Ele sempre me disse: “Não é o álcool que te pesa, são os teus problemas!” A mania da racionalidade é que me irritava, a sério. Era incapaz de perder o controlo e eu que o perdia tantas vezes… Era bom, esquecia o mundo em geral e soltava-me ao vento. “É bom voar com o vento sabes? É óbvio que não sabes, esquece!”
A merda é que ele esquecia mesmo. E nunca sentia a brisa no rosto.
Bem, eu agora já só sinto as tempestades, e porra, que a chuva dói mesmo quando cai.
Há pouco, enquanto eu estava na rua, no meio de mais uma tempestade, apareceu o outro, em forma de abrigo. Foi simpático. Acredita que falamos horas. Melhor, ele ouvia e não esquecia nada, foi tão bom. Mas ele não sabe bem para o que anda…eu também não. Não o consigo julgar, nem posso…

O corpo está mesmo quente... é bom, pior é se é febre. Sim, nestas alturas tendo a ficar hipocondríaca. Não deve ser febre, é do vinho…
Levanto-me em direcção ao espelho.
Tenho os lábios rosados, sorrio e penso “É do vinho”, acendo outro cigarro, vou para a janela e fico a sentir a chuva no rosto…

Não sei, de alguma forma masoquista, eu gosto disto.