terça-feira, 18 de dezembro de 2007
Silêncio
É tão mais fácil... cada um sentado na sua ponta do sofá imaginário que criámos para nunca sairmos muito do campo de visão de cada um.
Sabemo-nos sem nos sabermos realmente, é o nosso lema.
É bem mais fácil. Não preciso de saber se estás feliz. A minha felicidade também nunca será algo que esteja nas tuas preocupações diárias. No entanto, sabemos que estamos vivos.
Se pensas, no que pensas... não sei. Nem sequer imagino... não quero imaginar. Não imaginas, de igual forma, todos os pensamentos que estão em mim, todas as frases que escrevo mentalmente nas paredes do meu crânio... Deixou de interessar o mais intrínseco de nós, aquilo que somos para além de corpos largados no sofá que imaginamos todos os dias.
Às vezes pergunto-me se serei alguma coisa para além deste corpo. Não, não sou. A apatia inerente a todo este cenário não permite mais do que corpos gélidos e pensamentos fechados nesses mesmos corpos. Nada ganha dimensões mais fortes e sentidas.
Não vale a pena. Nunca valeu. Nunca valerá.
Ficam os corpos no sofá. Os pensamentos na cabeça.
Fica a apatia na sala.
terça-feira, 13 de novembro de 2007
Alone- Alice in Chains(feat Pearl Jam)
It's been a long day at the bottom of the hill,
she died of a broken heart.
She told me i was living in the past,
drinking from a broken glass.
[Chorus]
I'm alone (I never wanna be alone),
now i (now i) turn to face the cold.
I'm alone (I never wanna be alone),
now i (now i) turn to travel home.
I walked down to the other end of the day,
just to catch those last few waves.
I held out my hand and slowly waved goodbye,
i turned now my eyes up to the sky.
[Chorus]
I'm alone (I never wanna be alone),
now i (now i) turn to face the cold.
I'm alone (I never wanna be alone),
now i (now i) turn to travel home.
She'll come back to me (She'll come back to me).
She'll come back to me (She'll come back to me).
All alone in this misery.
She'll come back to me.
I held out my hands into the light and i watched it die,
i know that i was part to play.
My god, my time to die.
Never want to spend my life alone
[Chorus]
I'm alone (I never wanna be alone),
now i (now i) turn to face the cold.
I'm alone (I never wanna be alone),
now i (now i) turn to travel home.
Ou então ela não volta...
sábado, 20 de outubro de 2007
Não sei onde procurar
sábado, 6 de outubro de 2007
Cartas.
É engraçado pensar nas cartas antigas.
E talvez seja ainda mais engraçado guarda-las e lê-las mais tarde, ou talvez seja triste…
Depende das cartas, depende de para quem as escrevemos…depende sempre de algo, só ainda não sei se depende mais de nós ou de tudo o resto.
As reflexões baratas ficarão para mais tarde, quando o vinho começar a aquecer os corpos. Ficam para ocupar o espaço que um dia fora preenchido por alguém, que nos aquecia o corpo em vez do vinho…para os tempos em que não eram precisas cartas para ocupar os tempos que antes não acabavam nunca, até que acabaram de vez.
Encho mais um copo com o néctar…acho que este me aquece mais do que qualquer corpo.
Ocupei o meu tempo com cartas e mais cartas e copos e mais copos, garrafas vazias…Entrei em decadência profunda. Quem dera que a cena tivesse um ar mais poético, com rosas e cheiros perfumados, mas é só mesmo o meu corpo recostado na cadeira, com o copo meio vazio na mão e a ponta do cigarro quase a queimar-me os dedos. Cheiro a tabaco e a vinho, numa sala com requintes ingleses, até podia ter o seu charme.
Desisto, a cabeça pesa demais! Ainda gostava de saber como é que o álcool consegue pesar na cabeça. Ele sempre me disse: “Não é o álcool que te pesa, são os teus problemas!” A mania da racionalidade é que me irritava, a sério. Era incapaz de perder o controlo e eu que o perdia tantas vezes… Era bom, esquecia o mundo em geral e soltava-me ao vento. “É bom voar com o vento sabes? É óbvio que não sabes, esquece!”
A merda é que ele esquecia mesmo. E nunca sentia a brisa no rosto.
Bem, eu agora já só sinto as tempestades, e porra, que a chuva dói mesmo quando cai.
Há pouco, enquanto eu estava na rua, no meio de mais uma tempestade, apareceu o outro, em forma de abrigo. Foi simpático. Acredita que falamos horas. Melhor, ele ouvia e não esquecia nada, foi tão bom. Mas ele não sabe bem para o que anda…eu também não. Não o consigo julgar, nem posso…
O corpo está mesmo quente... é bom, pior é se é febre. Sim, nestas alturas tendo a ficar hipocondríaca. Não deve ser febre, é do vinho…
Levanto-me em direcção ao espelho.
Tenho os lábios rosados, sorrio e penso “É do vinho”, acendo outro cigarro, vou para a janela e fico a sentir a chuva no rosto…
Não sei, de alguma forma masoquista, eu gosto disto.
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
Old Letters
I'm reading old letters
I thought it would be better
You said that you loved me
You wrote it down
My body is weak
And if my body is sick
I don't want to get out
I don't want to stay at home ( I don't want to be alone)
I don't want to burn them
I don't want to read them
Old letters
I don't want to read them
But I do
And I burn
For you
I'm reading old letters ( I know that I shouldn't)
I thought it would be better ( if I put them away)
You said that you loved me ( I take them again)
You wrote it down ( they take away the pain)
And I burn
Yes I burn
For you